terça-feira, 31 de maio de 2011

Memória

Raiva é saudades, queria não saber disso. É vontade de voltar no tempo e fazer tudo certo de novo, queria nao saber que não amamos só aquilo que vemos. O amor ás vezes fica escondido, camuflado dentro de nós, com uma falsa indiferença, como uma raiva fingida, um ódio que arde intensamente pro lado oposto.

A gente pensa que esquece, mas nao esquece. Tem coisas que nao vão embora nunca, e quanto menos falarmos delas, mais elas ficam com a gente."Amar o perdido deixa confundido este coração", já dizia Drummond. Seguir em frente é algo bom, mas a gente nao faz isso da noite pro dia, faz? Não dá pra esquecer em dias o que vivemos em anos. Por mais divertido, eufórico e excitante que seja o que estamos vivendo agora, aquela nostalgia esta sempre lá presente, nos lembrando de nossos medos, de hábitos antigos, feridas que nunca fecham. 

E o novo, aquela coisa excitante, eufórica e divertida nao parece ter sentido, parece minusculo diante de tudo aquilo que já passou, e aquilo que passou...foi mesmo? Melhor nao pensar nisso, melhor negar e dizer que é coisa do passado e nunca mais falar disso!

Negação é um mecanismo forte, posso me enganar e dizer que nao é bem assim, que o que passou passou e lá ficou. Mas na verdade, nao passou, esta comigo , pulsa dentro de mim diariamente, é o motivo desse medo infundado, desse 6 sentido que detecta tudo, desse medo de ser feliz que me impede de dormir a noite. Sim, medo de ser feliz, a gente acostuma com tudo na vida, até com aquilo que faz mal. Me acostumei assim, medrosa, e quando penso que tenho coragem, me vejo aqui, em cima do muro, sem coragem de pular pra lado nenhum.

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